É fácil cair na armadilha do “vai no Simples Nacional que não tem erro”. Afinal, o próprio nome sugere facilidade. A promessa de pagar tudo em uma guia só basta para convencer. Mas, e se eu te disser que o Simples pode estar custando caro demais para empresas que cresceram, ou que já nasceram com estrutura robusta? Alguns detalhes nunca são ditos em voz alta.
Quando acompanhamos clientes aqui na MCO Contábil, percebemos o padrão: maioria das empresas começa no Simples e acredita estar protegida de surpresas. Só que a vida real escancara as diferenças. Tanto que existem empresas prestando serviços idênticos, mas pagando valores bem diferentes só pela escolha do regime. Vamos olhar para isso com mais cuidado?
Como funciona cada regime tributário
***Simples Nacional:***
- Pagamento unificado de tributos federais, estaduais e municipais em apenas uma guia.
- Voltado para micro e pequenas empresas com receita anual de até R$ 4,8 milhões (fonte).
- Alíquotas progressivas, que aumentam conforme o faturamento e o anexo (atividade) em que a empresa se enquadra (fonte).
***Lucro Presumido:***
- Tributação aplica percentuais “presumidos” de lucro sobre o faturamento bruto.
- Indicado para empresas com faturamento anual até R$ 78 milhões (fonte).
- Impostos apurados separadamente em cada guia e baseados em margens estabelecidas por lei.
- Mais deduções permitidas, dependendo da atividade (fonte).
Simples nacional: tão simples assim?
O Simples Nacional é um convite a quem está começando. A burocracia reduzida, a unificação dos impostos, tudo soa perfeito. Só que existe uma “pegadinha”: o regime não leva em consideração o lucro da empresa, apenas o faturamento bruto. Isso pode significar pagar imposto alto mesmo quando a margem de lucro está apertada – algo que a grande maioria só percebe tarde demais.
Simples pode chegar a 30% de alíquota. Sim, quase um terço do que entra.
Quem está em atividades de serviço, por exemplo, muitas vezes se vê no Anexo V, onde as alíquotas são mais salgadas. Quando a folha de pagamento não representa uma fatia considerável do faturamento, a mudança para o Anexo V é automática, elevando o encargo tributário.
Lucro presumido: é tão vantajoso assim?
No Lucro Presumido, a base de cálculo é definida pela legislação segundo sua atividade. Para serviços — cenário típico — a presunção de lucro é de 32% sobre o faturamento. IRPJ e CSLL são pagos em cima desse percentual presumido, junto aos demais impostos. O PIS/COFINS incide de forma cumulativa: 0,65% para PIS e 3% para COFINS (detalhes aqui).
O controle é maior, e se os custos da empresa forem altos, migrar para o Lucro Real pode ser ainda mais inteligente. Só que, na comparação direta entre Simples e Presumido para empresas de serviço tradicionais, muita gente se surpreende: pagar separado pode sair mais barato do que no “tudo incluso” do Simples.
Um exemplo prático para ilustrar
Consideremos o caso fictício de duas empresas de assessoria:
- Empresa A: Faturamento anual de R$ 960.000. No Simples Nacional, Anexo V. Folha de pagamento representa 15% do faturamento.
- Empresa B: Faturamento igual, porém optante pelo Lucro Presumido.
No Simples, a Empresa A vai pagar algo entre 16,93% e 22,45% sobre o faturamento, dependendo da faixa e aplicação do fator R — só vai pro Anexo III se a folha superar 28% do faturamento. Supondo a faixa máxima, os tributos anuais passam dos R$ 200 mil.
Na Empresa B, supondo as mesmas receitas, as alíquotas “fixas” do Lucro Presumido para serviços geram uma carga total aproximada de 13,33% a 14,53%, somando IRPJ, CSLL, ISS, PIS e COFINS. Em números, menos de R$ 140 mil anuais.
Na ponta do lápis, a diferença é enorme.
Essa situação não é isolada e pode ser consultada em diversas análises do setor (veja mais). Agora, imagine essa diferença multiplicada por anos seguidos. É como jogar dinheiro fora todo mês — e muita gente faz isso sem notar.
Quando o lucro real faz sentido?
Nem tudo é tão binário. Para empresas que trabalham com lucros apertados, possuem margens baixas ou têm alta quantidade de despesas dedutíveis e investimentos constantes, o Lucro Real costuma ser ainda mais benéfico (detalhes). Isso porque o imposto incide sobre o ganho efetivamente apurado, e quem investe pesado ou toma prejuízo pode acabar pagando uma carga tributária bem menor.
Mudando um pouco de tom: sim, exige controle contábil rigoroso. Dá trabalho. Mas, às vezes, é a escolha que mantém a empresa viva nos cenários de crise ou crescimento oscilante. Essa adaptação faz parte de olhar para os números de perto, como gostamos de fazer na MCO Contábil.
Há espaço para melhorias dentro do próprio simples?
Curiosamente, mesmo dentro do Simples Nacional há como melhorar a situação tributária. Um exemplo comum: o fator R. Se a folha de pagamento ultrapassa 28% do faturamento nos 12 meses anteriores, a empresa pode ser enquadrada no Anexo III em vez do Anexo V, reduzindo a alíquota: de até 22,45% para algo próximo de 11,20%. Uma diferença muita gente ignora.
Por isso, revisar estratégias de contratação e distribuição de pro labore pode render economia relevante. O segredo está em cruzar as informações e saber somar os detalhes.
A revisão anual do regime não é luxo, é sobrevivência
Já vi empresas manterem faturamento baixo por anos, só para não sair do Simples. Outras crescem e nem percebem que mudaram de faixa, pagando o dobro em impostos e se achando “protegidas”.
- Cresceu o faturamento? Reveja!
- Vai vender pra outros estados ou produtos com substituição tributária? Reveja!
- Investiu pesado, teve lucro ou prejuízo acima do padrão? Reveja!
Essa análise precisa ser feita todo ano — no mínimo. De preferência, com acompanhamento trimestral. Aqui, na MCO Contábil, usamos tecnologia e números para sugerir mudanças quando é hora. Não vale a pena pagar imposto a mais por inércia.
Conclusão: não se engane, faça as contas
É comum começar no Simples Nacional — decisão que faz sentido nos meses iniciais. Mas, com o tempo, ficar nele por padrão costuma ser sinônimo de desperdício. O melhor regime não é o “mais fácil”, e sim o que encaixa no momento e características do seu negócio.
Simples nem sempre é simples. E nem sempre é barato.
Uma escolha baseada só em “comodidade” pode custar caro, muitas vezes custar a sobrevivência do negócio. Por isso, não hesite em buscar uma avaliação personalizada. O time da MCO Contábil faz essa análise detalhada, levando em conta seu histórico, tipo de atividade, margens e planos de crescimento. Analisamos os números e mostramos o resultado: quanto é possível economizar, com relatórios claros que justificam qualquer mudança.
Chegou a hora de olhar mais de perto para o seu regime tributário. Faça as contas, questione, peça ajuda especializada. Conheça melhor a MCO Contábil e descubra como pagar menos impostos pode ser só o começo da sua tranquilidade financeira.
Perguntas frequentes
O que é Simples Nacional?
O Simples Nacional é um regime tributário para micro e pequenas empresas, com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, permitindo o pagamento unificado de impostos em uma guia só. As alíquotas variam conforme o faturamento e o tipo de atividade, e podem aumentar bastante conforme a empresa cresce (entenda aqui).
O que é Lucro Presumido?
Lucro Presumido é um regime para empresas que faturam até R$ 78 milhões por ano, onde o imposto é calculado com base em um percentual pré-determinado da receita bruta. Permite deduções específicas e o pagamento dos impostos é feito separadamente, exigindo controle contábil mais rigoroso. Veja mais.
Qual opção paga menos impostos?
Não existe resposta única. Empresas de serviço com folha de pagamento baixa podem economizar muito no Lucro Presumido. Já companhias com folha alta, ou que se enquadram no fator R do Simples, podem ter benefício dentro desse regime. Por isso a análise detalhada é tão necessária (conheça os cenários).
Como escolher entre Simples e Presumido?
É preciso olhar para o volume do faturamento, tipo de atividade, margens de lucro e estrutura de custos. Para empresas que investem muito, têm margens baixas ou vendem para outros estados, uma avaliação pode indicar a melhor alternativa. Um contador que entende os detalhes faz toda diferença (saiba os critérios).
Vale a pena migrar de regime?
Sim, e muitas vezes é o único jeito de manter a empresa saudável. Cada fase do negócio pede um regime diferente. Revisar anualmente e simular os resultados evita prejuízos por inércia. O apoio de profissionais como a MCO Contábil mostra os números e reduz riscos.