Isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5.000: entenda

Pilha de notas de dinheiro em cima de contracheque digital com gráficos financeiros ao fundo

A discussão sobre a reforma tributária sempre me chamou a atenção na rotina contábil que acompanho, principalmente quando acontece algo que afeta milhões de trabalhadores, como é o caso da recente proposta de isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5.000. Quem trabalha com folha de pagamento, como eu na MCO Contábil, sabe o impacto disso no bolso do brasileiro. Mas o que muda, de fato, para quem está nessa faixa de rendimento? E será justo para todos?

O que está acontecendo com o imposto de renda para salários até R$ 5.000?

Em março de 2025, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que isenta do imposto de renda as pessoas que ganham até R$ 5.000 mensais na modalidade CLT. É uma medida anunciada pelo governo federal, que, segundo reportagens no portal UOL, pode beneficiar quase 10 milhões de brasileiros.

Apesar de toda a animação, eu devo lembrar: a aprovação, até o momento, ocorreu apenas na Câmara dos Deputados. Ou seja, ainda é preciso esperar a validação no Senado, e só depois será encaminhada para sanção presidencial. A previsão, de qualquer forma, é que a mudança já esteja valendo em janeiro de 2026.

Quatro pessoas sentadas ao redor de uma mesa de trabalho, analisando contracheques e documentos financeiros

Como funciona atualmente o desconto do imposto de renda para quem recebe até R$ 5.000?

Hoje, para quem recebe R$ 5.000 por mês, o desconto não é pequeno. Segundo a tabela progressiva vigente, as alíquotas do imposto variam de zero a 27,5%, aumentando conforme o valor do salário. Para o rendimento de R$ 5.000, na prática, cerca de R$ 312,89 são descontados só de imposto de renda, sem contar outras deduções.

  • Ou seja, a renda líquida já diminui antes mesmo de cair na conta.
  • E esse valor representa uma fatia considerável do orçamento familiar para boa parte dos trabalhadores.

No meu contato diário com clientes da MCO Contábil, vejo que poucos sabem calcular esse desconto com precisão. O critério é mesmo técnico: a tabela é antiga, reajustada poucas vezes, e é aplicada de forma progressiva. Mas o novo projeto não alterou a tabela em si, e sim introduziu uma redução pontual para salários até o teto de R$ 5.000.

O que muda com a reforma?

Na prática, segundo análise do DIEESE, a isenção para salários de até R$ 5.000 significa uma economia anual de até R$ 4.170,82 para cada beneficiado – um respiro no orçamento mensal, especialmente para quem depende desse salário para sustentar a família.

No entanto, quem ganha acima desse limite não recebe o mesmo benefício. Conforme matéria do Senado e Infomoney, existe uma espécie de “rampa de saída”: para salários entre R$ 5.000 e R$ 7.000, o desconto cai progressivamente, mas acima dos R$ 7.350, todo imposto devido volta a ser cobrado normalmente.

O que é a tal “rampa de saída”?

O termo apareceu bastante nas reportagens. A ideia é amenizar o salto entre quem ganha R$ 5.000 (e recebe zero de desconto) e quem ultrapassa esse valor. Por exemplo:

  • Renda até R$ 5.000: 100% isenta de IR
  • Renda entre R$ 5.001 e R$ 7.000: Recebe desconto parcial, que diminui até zerar
  • Renda acima de R$ 7.350: Não há nenhum benefício extra

Por que usar essa rampa? Para evitar distorções, como alguém que recebe um pequeno aumento perder boa parte do salário líquido, caindo direto para uma faixa de imposto significativamente maior. Mesmo assim, muita gente questiona se o modelo é, de fato, justo.

Duas pessoas em escritório discutem sobre justiça fiscal olhando um gráfico em tela

Quem realmente ganha com essa isenção?

Eu me peguei pensando: e os profissionais que estão logo acima desse limite, como ficam? Quem recebe R$ 7.000, por exemplo, não vai sentir diferença notável na retenção do imposto. A proposta não corrige toda a tabela progressiva do imposto de renda, apenas oferece alívio para uma parcela bastante específica.

Se você, assim como eu, já ouviu amigos dizendo que precisariam “ajeitar” o salário para caber na faixa de R$ 5.000 só para escapar do desconto, não está sozinho. Esse “pulo” entre os beneficiados e aqueles logo acima do limite cria debates constantes sobre justiça tributária. Estudos como os divulgados na Exame reforçam a discussão: alivia a base, mas não resolve o sistema como um todo.

Será mesmo justo aliviar para uns e não para outros?

Talvez a reforma seja só o primeiro passo, penso eu. Porque, mesmo que a intenção do governo seja amparar a base trabalhadora, ainda existe uma sensação estranha para quem está logo acima dos R$ 5.000 mês e sente que contribui, mas não recebe contrapartida.

Como fica a justiça fiscal com a isenção do imposto?

Do ponto de vista teórico e prático que vivencio na MCO Contábil, o conceito de justiça fiscal vai além de simplesmente ampliar ou reduzir alíquotas. Ele envolve reajustar todo o sistema para não penalizar quem cresce, sobe na carreira, faz hora extra, ou recebe promoções.

Quando só um grupo recebe o benefício, é natural que surja a discussão entre colegas de trabalho, empresas e sindicatos. O governo estima que a medida aumente a renda disponível de diversas famílias, mas não atende o antigo pedido de correção verdadeira de toda a tabela, acumulada desde 1996. Analistas do DIEESE destacam que a medida oferece alívio para a base, mas não representa uma revisão ampla da tributação indireta, que impacta fortemente na renda líquida dos trabalhadores médios.

A medida é positiva ou inacabada?

Eu, particularmente, entendo as duas reações: por um lado, o trabalhador até R$ 5.000 ganha fôlego e alívio no orçamento. Por outro, existe a sensação de que a solução é parcial, sem corrigir distorções históricas.

  • Mais dinheiro na base amplia o consumo.
  • Alívio imediato para muitos, mas não para todos.
  • Debate sobre ampliar a justiça num sistema defasado.

Isso mexe com expectativas. Na MCO Contábil, inclusive, o tema domina as conversas, e clientes já perguntam diariamente se podem esperar por uma folha de pagamento mais leve, de fato, em 2026.

Reflexão: é justo isentar só parte? O que você acha?

Eu fico curioso com sua opinião, leitor. Essas reformas sempre provocam debates: seria melhor um reajuste geral da tabela? Ou o foco em isentar apenas parte da população é suficiente para, ao menos, começar a corrigir desigualdades históricas?

Compartilhe comigo o que pensa sobre a justiça dessa medida, deixando seu comentário. Qualquer reflexão sobre o impacto na sua vida financeira ou na administração da sua empresa é válida, principalmente porque a missão da MCO Contábil é aproximar o universo tributário do dia a dia empresarial de forma mais simples e segura.

Conclusão

Em resumo, a isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5.000 representa um avanço significativo para milhões de trabalhadores, prometendo até R$ 4.170 de economia anual para quem se encaixa nos critérios. Porém, a reforma faz nascer questionamentos sobre justiça e abrangência. Enquanto aguardamos a aprovação final do Senado, fica o convite: avalie, questione, busque informação.

Quer entender como a mudança afetará sua folha de pagamento ou o planejamento tributário da sua empresa? Fale comigo ou venha conhecer a MCO Contábil e descubra como ajudamos empresas e pessoas a ter mais clareza e tranquilidade em tempos de transformação nas leis fiscais.

Perguntas frequentes sobre a isenção do imposto de renda até R$ 5.000

Quem tem direito à isenção do imposto?

A isenção é destinada às pessoas físicas que possuem rendimento mensal de até R$ 5.000 como salário registrado em regime CLT. Isso inclui trabalhadores que recebem acima do salário mínimo, sem outras fontes de renda que possam elevar o rendimento tributável acima desse teto.

Como solicitar a isenção do imposto de renda?

O desconto do imposto de renda é feito automaticamente na folha de pagamento das empresas. Ou seja, caso a legislação seja aprovada, o cálculo será ajustado pelo RH e contadores da empresa, não sendo necessário solicitar manualmente a isenção. Dúvidas sobre os descontos devem ser tratadas diretamente com o setor de departamento pessoal ou contabilidade.

O que muda com o novo limite de R$5.000?

Com o novo limite, quem recebe até R$ 5.000 por mês ficará completamente isento do imposto de renda, enquanto quem ganha entre R$ 5.001 e R$ 7.000 terá descontos progressivamente menores; acima de R$ 7.350 não há nenhum benefício novo e as alíquotas permanecem como estão.

Quem ganha mais de R$5.000 paga imposto?

Sim. Quem ganha acima de R$ 5.000, apesar de encontrar um alívio em faixas específicas, continua pagando imposto de renda. O desconto é reduzido para rendimentos até R$ 7.000, mas rendas superiores a R$ 7.350 permanecem totalmente tributadas conforme a tabela progressiva atual.

Isenção vale também para aposentados?

A proposta da isenção contempla rendimentos salariais até R$ 5.000, incluindo também aposentados que recebem até esse valor como benefício do INSS. Porém, caso existam outras fontes de renda tributáveis, elas podem ser somadas e levar à cobrança do imposto mesmo para aposentados. Sempre vale analisar o caso específico junto a um contador de confiança.

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