Com o crescimento consistente do comércio eletrônico no Brasil, percebo cada vez mais pessoas querendo saber por onde começar para “entrar de vez” nesse universo. Os dados falam por si: de acordo com informações do MDIC, o setor atingiu um faturamento de R$ 196 bilhões em 2023, com a região Sudeste liderando disparada. Confesso que, acompanhando de perto empreendedores de diferentes perfis, vejo dúvidas muito parecidas quando o assunto é formalização. A seguir, compartilho passos práticos e reais para quem quer vender online da maneira certa, com base no que vivo acompanhando no dia a dia da MCO Contábil.
Vender online exige planejamento, organização e atitude.
Por onde começar: legalizando sua operação
Antes de pensar em criar anúncios ou escolher plataformas, é preciso entender o básico. Para vender online de forma regular, o primeiro passo é ter um CNPJ ativo. Seja qual for a plataforma – Mercado Livre, Shopee, TikTok Shop, Kawai Shop e outras tantas – a exigência se repete. Ter CNPJ não é só uma formalidade: é ele que permite emitir notas fiscais, abrir conta PJ, contratar serviços e operar sem sustos.
- CNPJ ativo: cadastro na Receita Federal para exercer atividades legais;
- Emitir notas fiscais: obrigatório em todas as plataformas conhecidas;
- Evitar riscos fiscais e ter facilidade na gestão da loja e dos tributos.
Na minha rotina de consultoria, já vi muitos casos de bloqueios por falta de CNPJ ou problemas fiscais por vendas feitas só “no CPF”. Por isso recomendo fortemente nunca pular essa etapa. Faz diferença depois, inclusive para a imagem do negócio.
A inscrição estadual e seu papel nas vendas online
Depois de obter seu CNPJ, a atenção precisa se voltar para a inscrição estadual. Esse registro é exigido para quem deseja comercializar produtos físicos dentro do Brasil. Entendo que muita gente acha que, sendo MEI, está dispensado dessa obrigação. Na verdade, se sua operação envolve circulação de mercadorias, até mesmo o MEI deve solicitar inscrição estadual, dependendo da UF de atuação.
Sem inscrição estadual não dá para emitir a nota fiscal correta.
O impacto vai além da formalidade: plataformas digitais exigem essa inscrição para regularizar vendedores. O não cumprimento leva a bloqueios, suspensão de vendas ou problemas futuros na Receita Estadual. Vi muitos empreendedores perderem faturamento porque foram pegos de surpresa por essa exigência.
Separando as finanças: a conta PJ
Confesso que um erro comum de quem começa pequeno é misturar dinheiro do negócio com gastos pessoais. Embora pareça prático no início, indico fortemente separar uma conta exclusiva para a sua empresa. Uma conta PJ fica em nome do CNPJ e traz muito mais controle: entradas, saídas, movimentação bancária, tudo fica documentado, facilitando a gestão fiscal e contábil. Na MCO Contábil, sempre batemos nessa tecla com nossos clientes.
- Acompanhar o crescimento do negócio;
- Separar lucros e gastos da empresa e da pessoa física;
- Evitar confusão com impostos e declaração de rendimentos.
Hoje em dia, abrir conta PJ está longe de ser caro ou complicado. Muita gente ainda tem receio de custos, mas através da nossa parceria com o banco Corea, costumo mostrar que é possível fazer esse processo sem taxas de abertura, deixando tudo mais prático.
Papel do certificado digital: segurança para você e para o cliente
Quem já ouviu falar em emissão de notas fiscais certamente se deparou com o termo certificado digital. No começo, isso pode assustar um pouco, mas posso afirmar, por experiência, que trata-se de uma chave eletrônica indispensável. O certificado digital funciona como uma assinatura eletrônica, garantindo autenticidade e validade jurídica nas negociações feitas através do seu negócio.
Ele é obrigatório para acessar serviços da Receita Federal com o CNPJ e também nos portais estaduais de nota fiscal, por exemplo. E mais: plataformas de marketplace costumam exigir a instalação do certificado digital para liberar emissão de notas. Adquirir e configurar é um processo relativamente simples, e muitas vezes os contadores, como eu, ajudam nisso.
Entendendo o emissor de notas fiscais
No início da jornada, já vi muita confusão sobre o que é “emissor de nota fiscal”. De forma resumida, é uma plataforma – gratuita ou paga – que conecta sua empresa aos órgãos fiscais do governo, permitindo preencher, gerar e organizar suas notas fiscais eletrônicas (NF-e). Desde 2006, segundo dados do portal oficial da NF-e, mais de 52 bilhões de notas já foram emitidas por empresas brasileiras, o que mostra a escala do sistema.
Ter um emissor adequado ao tipo de atividade (produtos ou serviços) é o que vai garantir que você cumpra todas as regras fiscais, evitando multas e dores de cabeça contábeis. Eu sempre recomendo escolher algo simples e confiável, que facilite o acompanhamento dos documentos, pois gera uma rotina mais tranquila na hora das obrigações mensais da empresa.
Mantenha seus dados sempre atualizados
Alguma vez você já ficou com uma venda bloqueada por falta de atualização de documentos na plataforma? Se sim, sabe o transtorno que causa. Por isso, ressalto sempre: manter dados e cadastro atualizados nas plataformas e nos órgãos públicos evita bloqueios e problemas sérios com o fisco. Mudou endereço, e-mail, CNAE ou algum dado societário? Notifique tanto a Receita quanto marketplaces e bancos.
- Atualize CNPJ e Inscrição Estadual sempre que houver alteração;
- Confirme dados bancários nas plataformas online e nas contas PJ;
- E, claro, mantenha todas as declarações e obrigações acessórias em dia – isso salva de multa e garante acesso pleno aos serviços!
Esse cuidado constante evita perdas de vendas por motivos burocráticos e transmite ao cliente confiança no seu negócio.
Organização fiscal: um diferencial competitivo
O mercado digital é cada vez mais disputado. O que vejo na prática é que empresas organizadas fiscalmente têm uma enorme vantagem competitiva. Emissão rápida de notas, regularidade perante o fisco e clareza nas informações ao cliente não são mais extras – são quase um pré-requisito para crescer.
Pesquisas recentes da FGVcia sobre comércio eletrônico mostram que negócios que apostam em processos digitais organizados e automação aumentam faturamento e confiança do consumidor. Além disso, informações do Sebrae destacam que a regularidade na emissão de NF-e é sinônimo de conformidade e tranquilidade tributária.
Conclusão: pronto para estruturar sua loja virtual?
Nessa era digital, vi muitos sonhos fracassarem pela falta de regularização e também muitas histórias de sucesso de quem seguiu passo a passo. Formalizar-se é assumir o controle do negócio e pavimentar um caminho mais seguro para crescer no comércio eletrônico brasileiro.
Negócio regularizado é negócio preparado para crescer.
Se você está começando agora, ou mesmo já vende de forma informal, recomendo dar o primeiro passo formal buscando apoio de especialistas. Na MCO Contábil, somos apaixonados por ajudar quem quer vencer no digital, com transparência e clareza. Quer uma parceria sólida para abrir sua empresa, cuidar dos tributos e ainda ganhar tempo para focar nas vendas? Fale com a gente. Sua jornada para vender online começa aqui!
Perguntas frequentes
Como abrir uma loja online do zero?
O primeiro passo é ter um CNPJ registrado, em seguida obter a inscrição estadual, abrir uma conta PJ separada e adquirir um certificado digital para poder emitir notas fiscais. Depois disso, escolha a plataforma que mais faz sentido para o seu público, cadastre seus produtos, defina formas de entrega e pagamento. Ter uma organização documental e fiscal desde o início ajuda na estrutura e no crescimento do negócio.
Quais são os melhores produtos para vender?
De acordo com dados do MDIC, celulares, televisores e notebooks/tablets encabeçam a lista dos itens mais vendidos entre 2016 e 2022. Porém, em minha experiência, produtos de nicho, novidades e itens com forte apelo digital também trazem ótimos resultados, desde que haja estudo de público e concorrência.
Preciso de CNPJ para vender online?
Sim, é preciso ter um CNPJ ativo para atuar legalmente em plataformas conhecidas e emitir notas fiscais para seus clientes. Essa regularização evita bloqueios, multas e problemas fiscais no futuro.
Quanto custa montar uma loja virtual?
O custo varia conforme o modelo de negócio, plataforma escolhida e despesas de formalização (CNPJ, certificado digital, possíveis taxas estaduais). Hoje, é comum abrir conta PJ sem custos, principalmente com parcerias relacionadas a serviços contábeis, como acontece no caso da MCO Contábil e o banco Corea. Investimentos em publicidade, estoque e tecnologia também devem ser considerados.
É seguro vender produtos pela internet?
Vender pela internet, seguindo as boas práticas fiscais, mantendo os cadastros atualizados e utilizando plataformas seguras, pode sim ser bastante seguro. Manter-se regularizado diminui riscos e aumenta a confiança de seus clientes.




